Moogle Nest

Wednesday, September 24, 2008

Da multiplicidade da autora;

Pediram – vindo do meu próprio interior – que eu escrevesse um texto bem longo e bem introspectivo sobre algum assunto. Este interior então me serviu como ponto de partida em direção a lugar nenhum.
Meu problema é que tenho muita vontade e pouca força, me falta associar os dois. Quero escrever mas não confio nas minhas palavras. Tenho medo do poder delas, do que elas causam em mim, do que elas causam aos outros. Tenho medo do que elas podem fazer se eu as deixar sair. É medo demais em uma pessoa só; por isso, eu me multiplico.
(Existem, pelo menos, três Julianas diferentes. As três vivem em uma dúvida eterna de quem é a melhor para comandar a máquina e não chegam a absolutamente lugar nenhum.)
Quero escrever um livro, um roteiro, uma ficção. Um livro, um roteiro, uma ficção; daqueles que apertam o gatilho da consciência armada do autor. Os autores mais reveladores e profundos que já li são os que são armados contra a sociedade. Seria contra a sociedade ou contra si mesmos?
(Minha premissa de ir a lugar nenhum foi concretizada, suponho.
A multiplicidade me engana.)


ps.: a repetição de um termo ou expressão serve para tentar elucidar uma dúvida do e no autor, reflita.

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Tuesday, September 23, 2008

My fellow nerds

Tresloucados nerds, arautos de uma vida envolta por emoções descritíveis apenas por pixels, que passaram meses - possivelmente anos - aguardando pálida e ansiosamente pelo momento no qual seriam agraciados pela junção das experiências virtuais e musicais, não temam.
Cá está, VGL, Video Games Live.

Soei incrivelmente parnasiana, né? I'll work on that.

Saturday, September 20, 2008

Sobre a brevidade da vida;

1. Nenhum homem sábio deixará de se espantar com a cegueira do espírito humano. Ninguém permite que sua propriedade seja invadida e, havendo discórdia quanto aos limites, por menor que seja, os homens pegam em pedras e armas. No entanto, permitem que outros invadam suas vidas de tal modo que eles próprios conduzem seus invasores a isso. (...)
4. O que está em causa então? Viveste como se fosses viver para sempre, nunca te ocorreu a tua fragilidade. Não te dás conta de quanto tempo já transcorreu. Como se fosse pleno e abundante, o desperdiças e, nesse ínterim, o tempo que dedicas a alguém ou a alguma coisa talvez seja o teu último dia. Temes todas as coisas como os mortais, desejas outras tantas tal qual os imortais.
5. Ouvirás a maioria dizendo: "Aos cinqüenta anos me dedicarei ao ócio. Aos sessenta, ficarei livre de todos os meus encargos". Que certeza tens de que há uma vida tão longa? O que garante que as coisas se darão como dispões? Não te envergonhas de destinar para ti somente resquícios da vida e reservar para a meditação apenas a idade que já não é produtiva? Não é tarde demais para começar a viver, quando já é tempo de desistir de fazê-lo? Que tolice dos mortais a de adiar para o qüinquagésimo e sexagésimo anos as sábias decisões e, a partir daí, onde poucos chegaram, mostrar o desejo de começar a viver?


- Sêneca, em Sobre a Brevidade da Vida, L&PM Pocket.

Thursday, September 11, 2008

Old enough

Então, talvez quando você ficar velho o bastante, você vai perceber que você não era tão forte assim, e um dia a maré vai piorar... você vai ver. Você é jovem demais pra ter aprendido tudo. Você acha que sabe do que está falando. Você acha que tudo vai se resolver... veremos.
Quando eu era jovem, eu achava que eu sabia de tudo, você provavelmente acha o mesmo. Sabe? Sabe mesmo? Eu era ingênuo como você, eu achava que sabia exatamente o que eu queria fazer. Então, o que você vai fazer?
E como você chegou tão longe sem nenhuma cicatriz visível? Ninguém sabe exatamente quem você é, eles não conseguem enxergar.

A única forma para você aprender coisa alguma é admitir que você não sabe de absolutamente nada.
Pense sobre isso.
Você talvez não tenha outra chance de falar livremente.

Tradução vagamente correta e obscenamente artística de Old Enough, do The Raconteurs.

Wednesday, September 03, 2008

Livros, muitos livros

Tem épocas - e está fora da minha própria compreensão explicar os motivos - que eu tenho mais vontade de ler do que outras. Eu aparentemente flutuo em trimestres: livros, filmes, teatros ou exposições. No começo do ano, eu estava na série filmes assistindo uma absurda quantidade de 10 filmes por semana se me deixassem em paz. Depois parei de trabalhar na locadora e mantive o hábito por mais alguns meses, até um pouco antes de ir ao Canadá.
Agora que retornei, percebi que entrei na fase livros. Eu gostaria de ter leitura dinâmica agora e poder ler todos os 10384683109284097 livros que me dão vontade. Dentro da minha lista, pode-se incluir todos estes e mais uns zilhares que se encontram no meu goodreads.
Fiquei impressionada comigo mesma quando vi que já li alguns dos livros na lista supracitada, todos eles por vontade própria e não pelo clássico "obrigatório de ensino médio". Não sabia que eu era cult, mas já que sou, posso ir bater um papo tranquilo com meu irmão nerd. Eu sou mais nerd que ele, anyway; ele não leu Douglas Adams, Kurt Vonnegut e Sherlock Holmes, dálissensaok.
Preciso urgentemente criar uma rotina de estudos que me permita voltar a estuprar meus livros como eu obscenamente fazia. Antes que minha fase teatro e exposições chegue e eu perca o embalo da coisa.

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