Moogle Nest

Monday, April 04, 2011

Dor travestida, desinibida

Tem coisas que não se precisa entender. Tem coisas que apenas se sente. Lá, bem no fundo, onde machuca mais, bem ao lado do orgulho. São coisas que não fazem sentido, não para você, e que por vezes não vale a pena gastar seu tempo tentando entender os porquês, os talvezes. Os "e se"s. Porque o que foi feito, tá feito, no pretérito imutável.
Nunca senti uma dor assim, travestida de tristeza. Ela começou como um susto, como aquele jato de água fria que vem no meio do banho morno. Depois, veio a constatação da verdade, quando todas as suas memórias convergem para embasar a realidade que foi jogada no seu couro cabeludo, e quando até mesmo as que não compreendem o assunto decidem se unir contra o seu bom-senso. Então, junta-se as peças do jogo de adivinha e a decepção aparece. Ela dança na sua frente, zomba de você e da sua ingenuidade - ou da sua burrice. Daí, assim de fininho logo atrás da decepção, vem a tristeza, catando os pedaços que sobraram da sua sanidade. Ela vem, senta do seu lado, apóia o braço na sua cadeira e diz que vai ficar ali por uns tempos. Mas garante que vai embora, vou vou, e diz que enquanto estiver lá, vai te ensinar umas e outras. Depois, aí sim, vai embora, quem sabe atrás de outro, um amante.
A tristeza é traiçoeira, tenta sempre parecer boa-moça, daquelas que a gente acha que precisa na vida pra crescer e aprender. Mas, meu amigo, você não precisa dela, você não precisa de ninguém além de si mesmo.

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