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Monday, September 26, 2005

comodidade

O ser humano é um bicho esquisito e isso não é novidade para ninguém. Dentre tantos defeitos, qualidades e peculiaridades humanas (que para serem integralmente citadas gastariam mais paciência do que eu seria capaz de ter) quero destacar esta que vem provando ser o problema da minha vida: a comodidade. De acordo com o pai-dos-burros, comodidade também atende por bem-estar ou conforto e é um substantivo feminino (co.mo.di.da.de). Porque se é mais difícil, é sempre a segunda opção; é sempre a opção "caso-nada-mais-dê-certo". Resolver um problema fugindo dele pode não ser o certo, mas quem se importa? Será prático, fácil e rápido; talvez até indolor. Hoje em dia, o certo é o que gasta menos tempo para ser realizado e menos energia para pensar.
Desafios são meramente uma fase da vida, um hobby; para alguns mais ignorantes, são apenas saltos de bungee jump ou pulos de pára-quedas. Desafios são para corajosos e fortes, eu certamente concordo com isso. Quem aceita ser forte e vencer um desafio é corajoso. E mesmo não ganhando nada em troca, o sentimento de realização por ter tentado conforta as lágrimas de não ter ganhado. Força não é uma questão de dom; é uma questão de prática e determinação, coisas que deviam ser essenciais na vida de uma pessoa.
Sempre achei mesquinho do ser humano se consolar pensando em como deve haver alguém pior que você no mundo; mas por um certo ângulo, e todas as situações tem vários ângulos, é efetivo. Aquele perdedor que se esforçou com certeza é melhor que o perdedor que desistiu, que resolveu ser fraco sem a certeza da derrota (entendeu essa?). Mesmo que a derrota tenha 90% de chance de acontecer, ainda restam 10% - os fatais 10% que ninguém se importa em levar em conta, os perigosos 10% que podem conter a opção certa e os mesmos 10% que ninguém nunca se enquadra dentro.
Você também é assim; você vai escolher o mais prático ao invés do correto (ou do mais correto possível) e vai ficar mais feliz ainda se o prático for o certo, na sua opinião. Depois você inventa uma desculpa (pouco) convincente para sua escolha e manda brasa, isso se você for do tipo que se explica. De que importa a opinião de outros envolvidos? A sua está formada e ponto final. Você não vai querer saber se as outras pessoas vão sofrer, gritar ou chorar com isso pois é fácil fingir não saber, não entender. Mas se as pessoas sorrirem e festejarem, a sua decisão torna-se, definitivamente, a correta e todos vão viver felizes para sempre em uma fabulosa utopia. Efeitos a longo e curto prazo não interessam.
Interessam?

E eu fiquei com preguiça de enfeitar esse post.

Edit interessante: este post é sobre a minha vida, sobre pensamentos meus em relação ao ser humano e sem nenhuma intenção de ser uma lição de moral. Então se você - é, você mesmo - acha que ele foi para ti, com relação a sua pessoa, eu não posso fazer nada além de dizer que não foi. Quem vestiu a carapuça foi você, com suas próprias mãos.

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