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Thursday, April 24, 2008

Gladiador

Minha lista de filmes que eu nunca vi e tenho vergonha de admitir começou a pesar na minha cabeça e me convenci de que seria legal assistir Gladiador de uma vez por todas. Primeiro porque estava disponível lá na loja e segundo porque era o único com classificação de 14 anos, portanto o único que eu poderia passar.
Das duas horas e pouco de duração do filme, gastei mais de quatro para assistir com as constantes interrupções de clientes e telefones tocando. Tive que voltar a cena da morte da família dele umas cinco vezes até conseguir assistir direito. Essas quatro horas foram algumas das mais longas da minha vida.
Vamos falar da parte técnica. O roteiro é muito bem estruturado e segue perfeitamente o conceito de introdução básica: nos primeiros 15 minutos de filme você já sabe quem é Maximus, o que ele faz, porquê ele faz e como ele faz. Conhece o personagem do Joaquin Phoenix e compreende o que o move durante todo o filme, tudo com a simples conversa na carruagem (ou seja lá o que era aquilo). São as ações dos personagens que determinam o caráter de cada um deles; não suas falas. O som e os efeitos visuais do filme são tremendos compondo, juntos, uma atmosfera de luta, tensão e emoção. A fotografia pecou em várias partes, mas manteve-se brilhante nas cenas em que Maximus lembrava de sua casa.
Russell Crowe estava demais, certamente um dos seus melhores personagens e uma de suas melhores atuações. Joaquin Phoenix me decepcionou um pouco. Adorei a atuação dele em Johnny e June (Walk The Line) e devo dizer que faltou profundidade no Commodus que ele representou. O cara matou o pai e queria traçar a irmã! Se era para ser sentimental, então que fosse muito; se era para ser calculista, então que fosse muito. Commodus era um imperador que se achava, pensava que era a reencarnação de Hércules e all that jazz. Ele ficou no meio termo, muito sem sal para mim. Quem sabe ele evoluiu de Gladiador até chegar a Johnny e June?
Ridley Scott levou muito bem essa história de vingança e lealdade. Soube mesclar perfeitamente o sentido de justiça com a crueldade; o fato do personagem querer alcançar suas metas através de meios não exatamente ortodoxos ou politicamente corretos.
Agora para a minha parte pessoal do filme. Eu não gostei, de verdade. Talvez seja porque eu passei tanto tempo na expectativa de assistir ao filme - pessoas dizendo que esse filme era fenomenal, majestoso, brilhante - que acabei imaginando uma coisa que ele definitivamente não é. Não acredito que ele tenha merecido o Oscar de melhor filme do ano, mas, pela falta de indicações dignas de receber o prêmio, foi uma estatueta de ouro bem gasta.
Dou uma nota de 8,4/10, no geral, mais pelo mérito de ser um bom filme com uma boa idéia do que pela minha sensação pós-quatro horas forçadas.
Fala destaque eu dou para o personagem que mais se perdeu no meio de toda a agitação romana de mortes, espadas e tigres: Cicero!

Maximus: Do you find it difficult to do your duty?
Cicero: Sometimes I do what I want to do. The rest of the time, I do what I have to.

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2 Comments:

  • Nunca vi e nunca tive vontade, lembra Calígula, sei lá.

    By Blogger Daniel Bastos, At 5:49 PM, April 24, 2008  

  • Ah, sim, lembra bastante Calígula mas pelo menos só a capa e o pano de fundo. O filme em si não tem nada a ver.
    Mas eu digo que se você não tem vontade de ver, não veja. Não se force a assistir como eu: é capaz que você acabe com a mesma impressão forçada. ;)

    By Blogger Juliana M., At 5:53 PM, April 24, 2008  

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