Assassinos por Natureza
Esse era um filme que eu tinha uma enorme curiosidade de assistir. Imaginava que seria uma viagem psicodélica cheia de sangue, brutais assassinatos, tortura, sangue de novo e mortes. Só sendo assim para ter causado tamanho rebuliço nas mentes dos adolescentes americanos – já extremamente perturbados – e tê-los feito sair por aí repetindo a carnificina de Mallory e Mickey. Acertei em quase todas as minhas premonições, exceto a parte de ter causado aquilo tudo. Só sendo muito doente para ser afetado por um filme tão psicodélico quanto esse!
O filme é cheio de takes, acho que nunca vi cortes de cenas tão rápidos quanto em Assassinos por Natureza (Natural Born Killers). Disseram que Oliver Stone tinha se feito com cogumelos antes e baseou muitas das imagens e cenas quando Mickey e Mallory estão na estrada com as que ele via em suas viagens mentais. O que eu certamente não duvido: é surreal até dizer chega.
Repito o que meu professor de Teorias do Jornalismo nos disse: existe provocar e existe despertar. Não foram essas exatamente as palavras usadas, mas o que ele quis dizer no final das contas era que um filme como esse não provoca estudantes serial killers; ele desperta. É como se fosse aquele interruptor desligado dentro destes adolescentes. Então uma pessoa precisa ter predisposição à prática desses eventos; ou seja, precisam ter algum problema mental anterior ao filme. De acordo com meu professor - e eu concordo absurdamente – qualquer processo que acuse juridicamente o diretor, roteirista ou qualquer pessoa envolvida na produção de Assassinos por Natureza é totalmente infundado. Seria mais fácil alegar loucura à corte.
O filme fala de um casal apaixonado, Mickey e Mallory, que saem pelos EUA cometendo assassinatos brutais aparentemente sem nenhuma razão. Eles apenas querem. Em sua carnificina descontrolada, vemos que a mídia e os veículos de informação acabaram por transformá-los em ídolos nacionais. Adolescentes, no filme, querem ser igual a Mickey e Mallory e chegam até a segurar cartazes estampados “KILL ME MICKEY”. Além da crítica sobre o efeito que a mídia tem sobre as pessoas, o circo que ela faz com eventos deste tipo e a credibilidade dessa, há uma profunda crítica aos precedentes que levam uma pessoa a cometer tantas atrocidades.
Mickey e, especialmente, Mallory exalam inocência. Se deixarmos de lado os momentos sanguinários, Mallory é praticamente uma criança aos cuidados de Mickey, o que não quer dizer que eles não sabem o que estão fazendo. Como diz um dos personagens durante o filme, o casal sabe perfeitamente a diferença entre bem e mal. Eles o fazem porque querem e não estão nem aí porque não contêm seu instinto assassino. Porque eles são assassinos por natureza.
E qual a natureza de Mickey e Mallory? Ambos nascidos em famílias fragmentadas, pais abusivos, descontrolados e mães subversivas que nunca defenderam seus filhos. Ilana Casoy comenta sobre as predisposições para o nascimento de um serial killer em seu livro Serial Killer: reconheci pelo menos cinco de todas as características dos personagens.
Dizer que é culpa do filme é negligenciar a culpa da criação social a qual crianças são submetidas todos os dias. Se assim fosse, todos que assistissem ao filme sairiam por aí matando pessoas pela estrada. Eu ainda não fiz isso, nem a Minny, que me emprestou o filme e é viciada nele. Você vai fazer?
Enfim, dou um 9,5/10 para o filme porque psicodelismo demais às vezes atrapalha e a fala destaque de hoje fica por conta do Mickey que tem as melhores falas de todo o filme:
Mickey: You'll never understand, Wayne. You and me, we're not even the same species. I used to be you, then I evolved. From where you're standing, you're a man. From where I'm standing, you're an ape. You're not even an ape. You're a media person. Media's like the weather, only it's man-made weather. Murder? It's pure. You're the one made it impure. You're buying and selling fear. You say "why?" I say "why bother?".
O filme é cheio de takes, acho que nunca vi cortes de cenas tão rápidos quanto em Assassinos por Natureza (Natural Born Killers). Disseram que Oliver Stone tinha se feito com cogumelos antes e baseou muitas das imagens e cenas quando Mickey e Mallory estão na estrada com as que ele via em suas viagens mentais. O que eu certamente não duvido: é surreal até dizer chega.
Repito o que meu professor de Teorias do Jornalismo nos disse: existe provocar e existe despertar. Não foram essas exatamente as palavras usadas, mas o que ele quis dizer no final das contas era que um filme como esse não provoca estudantes serial killers; ele desperta. É como se fosse aquele interruptor desligado dentro destes adolescentes. Então uma pessoa precisa ter predisposição à prática desses eventos; ou seja, precisam ter algum problema mental anterior ao filme. De acordo com meu professor - e eu concordo absurdamente – qualquer processo que acuse juridicamente o diretor, roteirista ou qualquer pessoa envolvida na produção de Assassinos por Natureza é totalmente infundado. Seria mais fácil alegar loucura à corte.
O filme fala de um casal apaixonado, Mickey e Mallory, que saem pelos EUA cometendo assassinatos brutais aparentemente sem nenhuma razão. Eles apenas querem. Em sua carnificina descontrolada, vemos que a mídia e os veículos de informação acabaram por transformá-los em ídolos nacionais. Adolescentes, no filme, querem ser igual a Mickey e Mallory e chegam até a segurar cartazes estampados “KILL ME MICKEY”. Além da crítica sobre o efeito que a mídia tem sobre as pessoas, o circo que ela faz com eventos deste tipo e a credibilidade dessa, há uma profunda crítica aos precedentes que levam uma pessoa a cometer tantas atrocidades.
Mickey e, especialmente, Mallory exalam inocência. Se deixarmos de lado os momentos sanguinários, Mallory é praticamente uma criança aos cuidados de Mickey, o que não quer dizer que eles não sabem o que estão fazendo. Como diz um dos personagens durante o filme, o casal sabe perfeitamente a diferença entre bem e mal. Eles o fazem porque querem e não estão nem aí porque não contêm seu instinto assassino. Porque eles são assassinos por natureza.
E qual a natureza de Mickey e Mallory? Ambos nascidos em famílias fragmentadas, pais abusivos, descontrolados e mães subversivas que nunca defenderam seus filhos. Ilana Casoy comenta sobre as predisposições para o nascimento de um serial killer em seu livro Serial Killer: reconheci pelo menos cinco de todas as características dos personagens.
Dizer que é culpa do filme é negligenciar a culpa da criação social a qual crianças são submetidas todos os dias. Se assim fosse, todos que assistissem ao filme sairiam por aí matando pessoas pela estrada. Eu ainda não fiz isso, nem a Minny, que me emprestou o filme e é viciada nele. Você vai fazer?
Enfim, dou um 9,5/10 para o filme porque psicodelismo demais às vezes atrapalha e a fala destaque de hoje fica por conta do Mickey que tem as melhores falas de todo o filme:
Mickey: You'll never understand, Wayne. You and me, we're not even the same species. I used to be you, then I evolved. From where you're standing, you're a man. From where I'm standing, you're an ape. You're not even an ape. You're a media person. Media's like the weather, only it's man-made weather. Murder? It's pure. You're the one made it impure. You're buying and selling fear. You say "why?" I say "why bother?".
Labels: cinema
2 Comments:
Sim, demorei pra ler, FOI MAL. Mas pra compensar vem aí um comentário grandalhão (???).
Sim, este filme é perfeitamente perfeito para alguém que está fazendo Jornalismo porque simplesmente critica MUITO a TV. Desde as séries com risadas de fundo até o comercial da Coca-Cola com os ursos polares (tenho saudade aliás...).
É um filme simplesmente foda. A trilha sonora é cabulosa, os atores são ótimos, as cenas psicodélicas dão uma boa idéia do que passa na cabeça do casal e eu descobri que tem um dedo do Quentin Tarantino no meio. Precisa mais?!
Destaque para a simulação do assassinato do policial em que o Mickey tem uma parte verde no cabelo (???).
Ah, com certeza a Ilana Casoy viu esse filme, véi.
Ta bom pra você?! =D
By Minny, At 3:13 AM, May 02, 2008
Tá ótemo. :D
Queria que você lesse só porque eu falo de você, pombas xD
By Juliana M., At 4:54 PM, May 02, 2008
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