Moogle Nest

Thursday, January 31, 2008

9 Canções

Filmes cults são estranhos por natureza. Já começa pelo nome bastante sugestivo. Várias vezes um filme cult será denominado igualmente indie, o que é outro nome para viagem mental. Porém, há sua diferença. Cult é o filme que tem a menor concentração de diálogos por minuto; indie é o filme que usa essa falta de falas para botar uma música do Radiohead ou da Björk em cima.
Filmes cults são bons quando os diretores têm uma vaga idéia do que querem. Como isso não é muito comum na espécie, geralmente filmes cults são considerados ruins ou, no mínimo, ‘diferentes’ (com um quê de ‘bizarro’ nas entrelinhas). Já vi vários filmes que não eram exatamente Hollywoodianos (nem exatamente cults/indies) e que eram muito bons, entre eles Uma Vida Iluminada, Tolerância Zero e Flores Partidas. Então há como um filme cult, ou indie, ser bom; é só os caras que estiverem atrás das câmeras terem um pouco de bom senso. Um filme cult deve ser diferente de um blockbuster mas tem que ter o mínimo de bom senso, pelamor.
É isso que 9 Canções não tem. Bom senso.
Vai fazer um filme cult ruim assim lá na merda. Meu bom Deus.
Toda vez que você entrar numa locadora e quiser levar um filme pornô mas estiver com vergonha de perguntar ao atendente onde fica a sessão 18 anos, pergunte por esse filme porque o efeito é o mesmo. Sexo, sexo, sexo regado com nove canções de nove bandas (cults, há!).
Não tem história. Não vem me dizer que tem, que é um casal que viaja pela Europa e no meio de shows eles discutem relacionamento e transam. Não tem história. História pra mim é algo que se desenvolve com os fatos e ganha forma aos poucos. Pra criar uma história, tem que ter começo, meio e fim. Esse filme não tem nem pé nem cabeça, imagina começo, meio e fim. Só tem três coisas nesse filme: uma vagina, um pênis e músicas.
O que me diverte é ver pseudo-intelectualóides falarem sobre esse filme. Dizem que é super inteligente, cheio de sensibilidade e criatividade. Rapaz, no seu mundo autista, pode até ser que sim; no mundo em que vivemos de verdade, não. Não adianta muito falar isso pra um pseudo-intelectual cult porque pra eles isso quer dizer, mais do que nunca, que o filme é ótimo porque é rejeitado pela crítica.
Quanto mais rejeitado pela crítica, mais cult ele será e mais amado por intelectualóides ele será.
Passe longe, pessoa normal. Cult/indie, mande bala. 1/10.

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